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Comissão de Gênero do Banrisul estuda propor pontos de pauta para a Campanha 2026
Em um encontro "muito produtivo", na avaliação dos representantes das trabalhadoras, mulheres da Comissão de Gênero do Banrisul debateram questões pendentes e definiram como possível ponto de pauta para a campanha salarial de 2026, a flexibilização de cronogramas para viabilizar a negociação por período superior a 6 meses. O grupo debateu ainda assédio e violência no trabalho, regras de entrega e licença especial para cuidar de familiares.
De acordo com o relato de mães trabalhadoras, atualmente o acordo garante seis meses de licença-maternidade, período em que o bebê pode ser amamentado. Para além desse tempo, as mães que desejam mais flexibilidade nos horários de trabalho para acompanhar amamentando seus filhos, precisam apresentar médico atestado em que conste a necessidade do bebê seguir sendo amamentado. E esse documento precisa ser renovado mensalmente. Para resolver a questão, foi sugerido que a extensão da carga horária reduzida para fins de amamentação seja clausulada, dispensando assim a apresentação do atestado médico; ou que o Banco aumente o prazo de validade do atestado para três ou seis meses.
A utilização da licença especial saúde familiar, uma conquista do Movimento Sindical na última campanha, foi outro tema debatido durante a reunião desta terça-feira (09/09). Por solicitação dos representantes das trabalhadoras, os membros da diretoria do Banrisul informaram que houve um aumento nos pedidos, provavelmente devido à divulgação. De acordo com os números apresentados, de setembro de 2024 a agosto de 2025, foram registrados 657 afastamentos, sendo 392 por licença especial familiar, com 2.002 dias de trabalho abonados, o que representa uma média de 5 dias por empregado(a). Segundo os representantes do Banco, essa média antes era de 3 dias.
A Licença Especial Familiar está prevista na cláusula 40 do ACT e garante 15 dias de afastamento para a(o) empregada(o) cuidar de filho, patrocinador, pai ou mãe com doença grave. Por ser uma conquista recente, muitas funcionárias não têm conhecimento desse direito, previsto no Acordo Coletivo de Trabalho.
Em relação ao Canal de Denúncias do Banrisul, que tinha previsão de ir ao ar neste mês de setembro, a diretoria do Banco informou que aconteceriam vários contratempos no processo, que deveriam atrasar a implantação. Em indenização, segundo os representantes do Banrisul, a empresa já iniciou uma campanha interna de combate ao assédio (moral e sexual) e à violência no local de trabalho, através de palestras e treinamento com as lideranças. Nossos encontros envolveram o conceito de assédio; os comportamentos que devem ser evitados; e as consequências legais para quem assedia. Além disso, o Banco teria iniciado a elaboração de uma cartilha sobre o tema.
A direção do Banrisul prestou esclarecimento também sobre a transferência de trabalhadores através do PROMOVE, tema que havia ficado pendente na reunião passada. De acordo com a explicação do funcionário do setor, a entrega é feita mediante dois critérios com base: tempo de inscrição (e não tempo de casa) e dimensionamento das agências. Ou seja, se uma(o) empregada(o) trabalha em uma agência com déficit de recursos humanos e pede transferência para uma agência em que há muitos funcionários, a demora por ser maior. Ou se a carga estiver disponível na agência de destino não para o interesse de quem solicita a entrega, passe-se para o próximo da "fila". Como houve uma alteração dos critérios, de tempo de casa para tempo de inscrição no PROMOVE, os representantes do Movimento Sindical informaram que essa informação foi mais divulgada internamente.
Participaram da reunião virtual pelo Movimento Sindical as dirigentes Letícia Raddatz (Santa Rosa), Mariluz Carvalho (Santa Cruz do Sul), Quésia Vieira (Santiago), Itamara Brum (Porto Alegre) e Ana Maria da Silva (Lajeado). E pelo Banrisul Ana Karina Bombassaro, Renata Favretto, Denise Salviato e Lucas Leivas Walther.
A Comissão de Gênero do Banrisul volta a se reunir em dezembro.
Fonte: Fetrafi RS
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