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24/05/2023 09:41
Banrisul
Atualização 24/05/2023 09:42
Empregados da TI do Banrisul se revoltam contra mudança repentina no sistema de teletrabalho Banrisul

Empregados da TI do Banrisul se revoltam contra mudança repentina no sistema de teletrabalho

Mais de 300 empregados e empregadas da área de Tecnologia da Informação (TI) do Banrisul atenderam à convocação do SindBancários para a plenária sobre as mudanças no sistema de teletrabalho impostas pelo Banco. O encontro virtual ocorreu nesta segunda-feira (23) e havia sido marcado no mesmo dia, em resposta à mobilização dos(as) próprios(as) trabalhadores(as). O objetivo do Sindicato era ouvir os(as) colegas sobre o impacto da medida unilateral.

Na última sexta-feira (19), o pessoal da TI foi comunicado de que em 1º de junho o modelo de trabalho híbrido será alterado. Hoje o teletrabalho é organizado por cada gerência conforme suas demandas, e conta com a exigência de quatro dias de atividades presenciais ao mês, além de prever trabalho remoto integral em alguns casos. Na comunicação, o Banrisul determina uma padronização para 15 dias em teletrabalho e 15 dias presenciais. “Essa atitude repentina do Banrisul nos causou estranheza, pois recentemente o próprio banco defendeu a previsão da modalidade integral, quando da renovação do acordo específico sobre teletrabalho”, afirmou o presidente do Sindicato, Luciano Fetzner.

Ao saber da alteração, os empregados e as empregadas da área de TI se mobilizaram rapidamente e arrecadaram 448 assinaturas em um abaixo-assinado contrário à decisão do Banrisul. “Os superintendentes falaram que precisavam reduzir pessoal em home office por causa dos novos (do último concurso) que estavam entrando. A surpresa veio com essa convocação mudando a regra do jogo, o que gerou essa grande mobilização de um dia para o outro”, pontuou a banrisulense e diretora do SindBancários, Ana Guimaraens.

Para solicitar esclarecimentos e a imediata suspensão do retorno dos(as) funcionários(as) ao trabalho presencial, o SindBancários enviou ofício ao Banco, na tarde desta segunda-feira. “Vamos pressionar o banco por uma resposta ainda esta semana e essa plenária é parte significativa dessa pressão, assim como o abaixo assinado”, assegurou Fetzner.

Informações confusas

“Sou um dos concursados do último processo seletivo. Há de se admitir que o edital falava apenas de ‘possibilidade’ de trabalho remoto. Apesar disto, em todo o processo de Onboarding nos foi dito de que logo estaríamos liberados para home office. Nós, da área de Desenvolvimento de Sistemas, recebemos a informação, no dia de entrega da documentação, que os técnicos de TI estavam trabalhando remotamente. No início do treinamento diversas vezes foi dito do home office, inclusive com algumas piadas dos instrutores, que estavam em casa desde março de 2020, mas tiveram que voltar por uns dias por nossa causa. Aos poucos a informação mudava, nos últimos dias do treinamento é que teríamos o home office, depois mudou para os últimos 15 dias do probatório, depois que seria ao final do probatório, e agora passou para um mês depois do probatório, para ter no máximo 5 dias por mês até novembro. Todas essas informações prejudicam, obviamente, em duas perspectivas: primeiro, a nossa diferenciação a outros colegas; segundo, reforçadamente a nossa organização pessoal, considerando familiares, também foi totalmente desprezada. Parece ter havido uma confusão de gestão, uma bagunça de informações, propositalmente ou não, mas de forma desrespeitosa”, relatou um dos participantes da teleconferência.

Para o Sindicato, não estão claros os critérios utilizados pelo Banco para basear a decisão. “Nos parece, pela série de relatos que temos recebido até agora, que na maioria dos casos a produtividade dos setores de tecnologia até aumentou, desde que esse sistema híbrido começou a ser aplicado”, reforçou o presidente do SindBancários. Além disso, pontuou, “o Comando dos Banrisulenses tem exigido reiteradamente que o Banco mapeie os postos passíveis de teletrabalho, em todas as áreas, e quais têm maior ou menor grau de necessidade presencial, para as pessoas se organizarem dentro da carreira.”

Condições de trabalho precárias

Outra reclamação bastante citada durante a plenária desta segunda-feira foi a falta de estrutura do prédio da TI para acomodar os colegas que retornam ao presencial. “Algumas áreas não tem condições para receber o retorno na modalidade que foi determinada pela diretoria. Nem banheiros para todos existem”, queixou-se uma das participantes da plenária. “No presencial tem muito barulho, telefones tocando e furadeiras. Atrapalha demais o desenvolvimento e as salas estão muito cheias”, completou outra profissional da área.

Em sua manifestação, a banrisulense e diretora de Saúde da Fetrafi-RS, Raquel Gil, propôs a criação de uma comissão de empregados e empregadas de todos as unidades relacionados à TI do Banco, para junto aos delegados sindicais e dirigentes aprofundarem o diálogo sobre o tema. “Não vamos aceitar que o Banco continue agindo de forma arbitrária sem diálogo com os colegas, prejudicando a saúde de todos e todas.”

O diretor da Fetrafi-RS Sérgio Hoff, que também é banrisulense, lembrou que, durante a pandemia, muitas vidas foram salvas pelo esforço do movimento sindical em exigir o teletrabalho. Mas esse trabalho tem que continuar. “Precisamos procurar potenciais cipeiros entre esse pessoal que está entrando, analisar as condições dos prédios, se os setores comportam tanta gente, se o PPCI (Plano de Prevenção e Proteção contra Incêndios) está de acordo”, destacou.

Insegurança sobre o futuro

Entre os participantes da plenária, o sentimento predominante é de que a diretoria do Banco está escondendo as reais intenções por trás da mudança de sistema. “Minha impressão é que alguém ou alguns da alta administração querem sabotar o Banco, forçando os colegas a pedir demissão, prejudicando o Banco”, escreveu no chat uma das pessoas afetadas. “Ouve-se que essa mudança é fruto de problemas em algumas equipes, em que foi decidido dar remédio para todos ao invés de tratar os doentes. Na minha opinião é atitude de liderança fraca, que não consegue coordenar seus colaboradores se não for com mão de ferro”, apontou outro participante.

Para alguns dos presentes, a medida pode ser usada como forma de assédio. “Querem obrigar o pessoal a ficar no presencial pra passar a ‘cultura da empresa’ para os novos funcionários. Que cultura é essa, forçando os funcionários a mudarem suas vidas? Só se for a cultura de trabalhar na força do ódio!”, desabafou outro empregado.

Desdobramento

Nesta terça-feira, 23, um dia após a plenária, o negociador do Banrisul entrou em contato, dando retorno ao ofício enviado pelo Sindicato. O Banrisul sinalizou com a abertura de diálogo, em mesa de negociação, que ocorrerá na quinta-feira (24), à tarde.

Fonte: SindBancários Porto Alegre e Região

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