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08/07/2022 09:27
Itaú
Atualização 08/07/2022 09:32
Itaú sentencia dezenas de pais e mães de família ao desemprego Itaú

Itaú sentencia dezenas de pais e mães de família ao desemprego

O Itaú anunciou a reestruturação e automação em duas áreas: Consignado (Diretoria de Operações Centralizadas) e Veículos (Diretoria de Negócios ItauCred Veículos). O banco informou o Sindicato sobre a reestruturação na segunda feira 4, pegando a entidade de surpresa.

Apenas no departamento de Crédito Consignado em torno de 54 funcionários foram disponibilizados para realocação, e já houve ao menos sete demissões. O banco se comprometeu a suspender as dispensas e deu o prazo de apenas 15 dias para realocação, no qual o bancário terá de se candidatar a uma vaga e passar por processo seletivo interno, para só depois ter o retorno da aprovação. Isso se conseguir encontrar uma vaga.

“Ou seja, é um prazo ridículo e impossível de conseguir um remanejamento interno. Está na cara que o período de 15 dias é pra boi dormir. Uma desculpa bem esfarrapada para se passar de bonzinho”, protesta Maikon Azzi, dirigente sindical e bancário do Itaú.

Na área de veículos é a mesma coisa. A diferença é que essa área será extinta, e o prazo para realocação é de 60 dias. No departamento trabalham em torno de 140 funcionários.

“O prazo também é ruim, pois para os ambos casos, encontrar uma vaga interna pode levar mais tempo que isso”, enfatiza Maikon.

A situação instaurou um clima de terror e desalento entre os bancários de ambas as áreas.

“Total apreensão. Não tem critério [para a demissão], e a gente não teve a oportunidade de realocação”, diz uma trabalhadora demitida. “Hoje uma colega que ainda está lá disse que o clima é muito ruim. O que me deixa mais indignada é que reuniões e plenárias forma feitas com [apresentação de] resultados maravilhosos. Minha chefe pediu para a gente fazer uma apresentação com as conquistas. A gente estava preparando a apresentação [quando houve a demissão]. Quando você está mal na empresa, acende o alerta, mas não esperava de jeito nenhum [a demissão]. Isso que foi o mais duro para mim”, desabafa a bancária.

‘Não conseguimos garantir realocação para 100% do grupo’

Áudios gravados pelos funcionários durante reunião virtual comprovam que quem não conseguir se realocar será demitido.

“O que vai acontecer com as pessoas que não forem realocadas em 60 dias? Este é um plano de transição, diferente de um plano de realocação. Nós não conseguimos garantir a realocação para 100% do grupo (…) em caso de não conseguir a realocação, a pessoas será desligada do banco. Por isso a importância de estarem e terem a disposição mecanismos para se prepararem para uma nova jornada na carreira, que pode ser dentro do banco como pode ser fora”, disse o diretor da mesa de veículos (Diretoria de Negócios ItauCred Veículos).

“Ou seja, no geral podemos ter em torno de mais de 200 demissões nas duas áreas. O prazo é curto demais para fazer qualquer curso. Leva tempo para conseguir as certificações CPA-10 e 20, ou graduação e especialização. O banco já sabia dessa reestruturação há muito tempo e podia ter dado um prazo maior para esses trabalhadores se organizarem”, afirma Maikon.

Menos de 100 vagas em São Paulo

Atualmente não chegam a 100 as vagas para São Paulo disponíveis no POC (Programa Interno de Vagas. E muitas delas pedem capacitações específicas e são dirigidas a perfis totalmente diferentes das áreas que estão sendo reestruturadas. Outras expiram esta semana.

“Ou seja, é surreal o prazo dado para realocação. Agindo desta maneira, o banco contribui com o desemprego no país, que atinge mais de 10 milhões de pessoas. O Itaú lucrou R$ 7,36 bilhões no primeiro trimestre de 2022, um aumento de 15% na base anual. Nada justifica esses desligamentos, dado o resultado apresentado pela instituição financeira e a sobrecarga de trabalho em muitos departamentos. Com esta ação, o Itaú mostra sua verdadeira face, sua ganância por lucros cada vez mais exorbitantes e a falta de compromisso e responsabilidade social”, afirma Maikon.

Sindicato repudia ação e cobra negociação

O Sindicato repudia esta medida promovida por um banco tão lucrativo e que propaga a mensagem sobre mudar o mundo, em suas publicidades.

“A entidade cobra uma negociação com a direção do Itaú para tentar reverter os prazos de realocação, evitando as demissões que podem ocorrer, e está à disposição dos trabalhadores para qualquer orientação”, finaliza o dirigente.

Fonte: SP Bancários

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