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Pauta racial avança pouco no setor bancário brasileiro
A chegada de mais um Dia da Consciência Negra (20 de novembro) reacende o debate sobre a falta de pessoas negras – a maior parte da população - no mercado financeiro. A pauta tem uma visibilidade muito menor do que o necessário, especialmente porque pode ser um dos pontos-chave para mitigar a desigualdade no Brasil.
Em 8 de julho de 2021 foi lançado um importante protocolo para empresas privadas brasileiras, o Pacto de Promoção da Equidade Racial, que atribui uma pontuação (que vai de -1 a +1) às companhias, com base num Índice ESG de Equidade Racial — IEER.
Um dos principais objetivos do Pacto é diminuir a desigualdade alarmante que separa brancos e negros, incentivando a equidade racial nas empresas, de modo que tenham a iniciativa de criar oportunidades para não-brancos, especialmente em cargos de liderança.
O projeto sugere três etapas, a primeira é lidar com o apagão de dados sobre o tema, identificando onde está o desequilíbrio racial para salário/função; a segunda é adotar ações afirmativas, como, por exemplo, processos seletivos exclusivos ou com cotas para negros; e a terceira é investir em projetos de educação voltados para este público.
Bancos que atuam no Brasil foram convidados a participar do Pacto ainda em 2021. Na época, os coordenadores do projeto realizaram reunião com a Federação Brasileira dos Bancos (Febraban).
Mas, de acordo com Gilberto Costa, diretor do projeto, nenhum dos grandes bancos aderiu à iniciativa, nem Itaú, nem Santander, nem Bradesco, nem Caixa Econômica, nem Banco do Brasil.
O Pacto de Promoção pela Equidade Racial realizou estudo que afirma existir desequilíbrio racial em bancos múltiplos de carteira comercial. Em 2020, os bancos receberam a pontuação -0,80, em um índice cujo pior valor é -1.
Das empresas citadas, apenas o Banco do Brasil assumiu compromisso, recentemente, de dar visibilidade à pauta, já que a Comissão de Empresa dos Funcionários (CEBB) conquistou a implementação de Mesa da Diversidade permanente com o banco para a discussão e efetivação das reivindicações dos colegas PCDs (pessoas com deficiência), negros e LGBTQIA+.
Veja os detalhes desse ponto específico do Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) do Banco do Brasil:
A Comissão de Empresa dos Funcionários (CEBB) conquistou a implementação de Mesa da Diversidade permanente com o banco para a discussão e efetivação das reivindicações dos colegas PCDs (pessoas com deficiência), negros e LGBTQIA+.
A Mesa de Diversidade consta na nova versão do Acordo Coletivo de Trabalho, aprovada pelos bancários, em assembleia virtual no final de agosto deste ano.
Principais pautas raciais levadas à Mesa de Diversidade:
- Criação de um canal de combate à discriminação de racismo, homofobia e transfobia
- Implantação de campanhas institucionais na intranet, assim como eventos culturais e esportivos que envolvam as temáticas racial e LGBT;
- Treinamentos para Gestores e funcionários, além de mentoria para capacitação de negros e LGBTs ;
- Discussão de cotas raciais para o ingresso e cargos gerenciais no banco;
- Implementação de Comitê de Diversidade Racial que engloba temáticas de Gênero, Racial, LGBTQIAP+ e PCD que incidirá nos debates relacionados à Gestão de Pessoas, Treinamentos, Mentoria, Censo, Campanhas Institucionais, Admissões, Ascensão Profissional, Denúncias.
Fonte: SEEB Blumenau
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